Uma fera marinha polar gigante de 7 metros atacou presas com dentes afiados há 246 milhões de anos e seus restos mortais quebraram um recorde mundial

OS RESTOS de um antigo réptil marinho foram declarados os mais antigos de sua espécie no Hemisfério Sul.

Um artigo publicado na segunda-feira no periódico Current Biology identificou uma vértebra de notossauro descoberta há quase cinco décadas como um fóssil recorde.

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Com aproximadamente 246 milhões de anos, ele é anterior aos fósseis mais antigos conhecidos na região em mais de 40 milhões de anos.

Pistas sobre a vida do notossauro estavam contidas em um fragmento desgastado de sua espinha. A vértebra dorsal da fera foi escavada de uma pedra no leito de um riacho na Ilha Sul da Nova Zelândia.

Pesquisadores determinaram que o gigante marinho polar pode ter crescido até sete metros, ou 23 pés, de comprimento. Ele teria remado pela água com membros semelhantes a remos enquanto caçava lulas e peixes.

Os notossauros eram caracterizados por crânios achatados e uma boca cheia de dentes finos e em formato de cone.

Foi uma descoberta promissora, mas a importância do fóssil só ficou clara quando paleontólogos da Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Austrália e Timor Leste se uniram para conduzir uma análise.

Os cientistas examinaram a vértebra e os fósseis relacionados e perceberam que o fragmento pertencia a um dos primeiros répteis marinhos conhecidos.

“Mostramos que esses antigos répteis marinhos viviam em um ambiente costeiro raso, repleto de criaturas marinhas, dentro do que era então o círculo polar sul”, disse o Dr. Benjamin Kear, principal autor do artigo.

MERGULHO POLAR

Quase 250 milhões de anos atrás, a Nova Zelândia estava localizada na costa polar sul de um enorme oceano universal chamado Panthalassa.

Répteis marinhos prosperaram no Polo Sul devido ao aumento das temperaturas globais.

Quando um evento de extinção em massa dizimou os ecossistemas marinhos, deu-se início à era dos dinossauros, conhecida como área Mesozóica.

O grupo mais diverso de répteis marinhos eram os sauropterígeos.

Apesar de ostentar uma história evolutiva de mais de 180 milhões de anos, o conhecimento dos cientistas era amplamente limitado ao Hemisfério Norte antes do estudo.

“Usando um modelo evolutivo calibrado no tempo das distribuições globais de sauropterígios, mostramos que os notossauros se originaram perto do equador e então se espalharam rapidamente para o norte e para o sul ao mesmo tempo em que ecossistemas marinhos complexos foram restabelecidos após a extinção em massa cataclísmica que marcou o início da Era dos Dinossauros”, disse Kear.

A área onde o fóssil foi encontrado é conhecida como região de Cantebury, na Nova Zelândia. Ela está repleta de fósseis devido à abundância de formações rochosas sedimentares marinhas.

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Entre as descobertas estavam os restos mortais de antigos pinguins do tamanho de humanos em 2018.

Um paleontólogo amador tropeçou nos ossos de Crossvallia waiparensisuma ave gigante da Época Paleocena, entre 66 e 56 milhões de anos atrás.

Cientistas acreditam que há mais pistas a serem descobertas.

“Sem dúvida, há mais restos fósseis de monstros marinhos extintos há muito tempo esperando para serem descobertos na Nova Zelândia e em outros lugares do Hemisfério Sul”, disse Kear.

Uma linha do tempo da vida na Terra