A União Europeia está tentando encontrar seu lugar em um mundo cada vez mais multipolar. Então, a perspectiva da adesão da Ucrânia é vista por alguns especialistas tanto como um desafio quanto como uma oportunidade.
O alargamento da UE pode tornar-se um fator decisivo na reformulação da competitividade da União.
Um recente relatório do antigo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, sobre a competitividade da UE pinta um quadro bastante sombrio: a Europa corre o risco de enfraquecer sua própria autonomia estratégica.
Leia mais sobre como a adesão da Ucrânia pode fortalecer a União Europeia na coluna de Ivan Nagornyak, chefe de integração europeia da EasyBusiness – A Europa está perdendo a corrida: por que a Ucrânia pode ajudar a UE a retomar a liderança.
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Segundo o autor, o relatório de Draghi mostra que a Europa corre o risco de ficar significativamente para trás em inovações e tecnologias verdes.
Draghi pede um aumento significativo nos investimentos anuais, totalizando € 750-800 bilhões (4,4-4,7% do PIB da UE), para resolver a situação. Ele também enfatiza que cerca de 40% das importações da Europa são provenientes de um pequeno número de fornecedores e difíceis de substituir.
“Além disso, cerca de metade dessas importações são originárias de países com os quais não há alinhamento estratégico”, observa Ivan Nagornyak, citando o relatório.
Ao mesmo tempo, a adesão da Ucrânia poderia reforçar a autonomia estratégica da UEdiz o especialista.
Segundo ele, dados específicos sobre isso estão contidos em um estudo de maio conduzido pelo think tank EasyBusiness com o apoio da International Renaissance Foundation.
“Em primeiro lugar, os recursos naturais e o potencial agrícola da Ucrânia podem fortalecer significativamente a autonomia estratégica da UE”, escreve Nagornyak.
Ele também menciona o setor tecnológico da Ucrânia, especialmente TI, que “pode trazer novas dinâmicas à transformação digital da UE”. Segundo ele, isso ajudaria a diminuir a lacuna de inovação entre a Europa e outros participantes globais, o que o ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, identifica como uma fraqueza crítica em seu relatório.
O especialista acrescenta que a tecnologia verde e a descarbonização são outros aspectos importantes das recomendações de Draghi.
“O potencial da Ucrânia em energias renováveis e nuclear pode desempenhar um papel positivo”, acredita o colunista.
Além disso, ele observa que a adesão da Ucrânia poderia levar a UE a realizar as reformas necessárias.
Na opinião de Ivan Nagornyak, o processo de integração da Ucrânia pode estimular a simplificação da burocracia na União Europeia e a modernização de seu arcabouço regulatório – mudanças que Draghi considera necessárias para aumentar a competitividade da UE.
“Ao mesmo tempo, um fator importante que não pode ser ignorado são as consequências financeiras da adesão da Ucrânia”, alerta o chefe de integração europeia da EasyBusiness.
Por um lado, o desenvolvimento da infraestrutura e o fortalecimento institucional da Ucrânia exigirão custos significativos. Por outro lado, a UE já está enfrentando demandas para aumentar os investimentos em inovação e setores estratégicos.
Ele observa que equilibrar essas necessidades conflitantes exigirá uma gestão financeira cuidadosa e possivelmente novas abordagens aos mecanismos de financiamento da UE.
“No entanto, a adesão da Ucrânia pode servir como um catalisador para uma reformulação mais ampla do papel da UE na economia e na geopolítica globais.”
Para que esse potencial seja concretizado, a UE deve encarar a integração da Ucrânia não apenas como mais uma ampliação, mas como uma oportunidade estratégica para enfrentar seus desafios de competitividade”, ressalta o especialista.
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