JAMAL LEWIS foi orientado a “abraçar” a vida em São Paulo pelo primeiro inglês a jogar profissionalmente no Brasil.
Embora seja improvável que ele tenha que dividir uma barra de sabão com outras 30 pessoas ou desviar dos fluidos corporais no ônibus da equipe, como Seth Burkett fez.
Surpreendentes ficaram esta semana quando o jogador da seleção norte-irlandesa Lewis, de 26 anos, deixou o Newcastle para se juntar ao tricampeão da Copa Libertadores por empréstimo.
O lateral se tornará o primeiro jogador nascido na Grã-Bretanha a representar o São Paulo – embora não seja o primeiro a fazer a ousada mudança para a América do Sul.
Agora, o autor e craque do futsal Burkett estava jogando pelo Stamford, clube não profissional, após ser dispensado pelo Peterborough quando sua oportunidade extraordinária chegou.
E isso o levou a se transferir aos 18 anos para o Sorriso Esporte Clube, da quinta divisão, localizado no estado central do Mato Grosso.
“Quando criança, eu idolatrava Roberto Carlos, pois eu era lateral-esquerdo, e Ronaldo R9, e depois, quando adolescente, Ronaldinho, eu sempre amei o Brasil”, disse ele ao SunSport.
Tudo começou quando um homem misterioso, que acabou sendo Anderson Da Silva e o agente do ex-meio-campista do Arsenal Denilson, começou a aparecer para assistir Stamford jogar.
Ele acabou trazendo alguns brasileiros para jogar pelo time de Lincolnshire e então organizou uma viagem para a América do Sul para participar de um torneio juvenil no verão de 2009.
E foi aí que tudo mudou para Burkett, que disse: “Nosso primeiro jogo foi contra a seleção brasileira de base, que tinha Alisson no gol e Philippe Coutinho no elenco.
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“Anderson então chamou alguns de nós para treinar com um time chamado Vitória, e então o lateral-esquerdo deles foi convocado para uma seleção e eles precisavam de alguém para substituir em um amistoso, e eu fui convidado para jogar.
“Eu fiz e foi daí que surgiu a oportunidade de voltar.”
O treinador de Sorriso estava trabalhando com os garotos de Stamford naquele torneio de julho, e foi ele quem convidou Burkett de volta, uma oferta que ele finalmente conseguiu aceitar depois de passar pelo “mundo obscuro dos vistos e autorizações de trabalho” em janeiro de 2010.
A mudança rapidamente chamou a atenção da mídia brasileira, já que Burkett se tornou uma espécie de celebridade, mas ele não conseguiu jogar um único minuto, apesar da atenção, na prestigiosa Copa São Paulo de Futebol Júnior, um mês após sua chegada.
Ele disse: “O dono ficou tão bravo porque o treinador não me escalou para o torneio que o demitiu e me deu um contrato para o time profissional.
“Eu não estava nem perto de ser o melhor jogador do time juvenil, era puramente por causa da atenção da mídia, mas o time principal era brilhante de se fazer parte.”
A vida lá estava longe de ser ostentação e glamour, pois ele vivia com quase 30 outros jovens em uma garagem reformada com três beliches e um chuveiro de concreto aberto e comunitário, banheiros sem portas e grades nas janelas.
Mas Burkett insiste que não mudaria nada, dizendo: “Foi horrível, mas é bem assim no Brasil. Eles tentam encorajar os jovens a serem melhores eles mesmos.
“Havia apenas fluidos corporais por todo lado, era nojento, mas nos aproximou muito mais.
“Mesmo não falando a língua, eles foram muito inclusivos e facilitaram muito para mim.
“Eles gostavam de colocar as meninas escondidas no banco de trás do ônibus da equipe e depois encenavam o que faziam com elas.
“Então, depois das primeiras semanas, tive momentos realmente ruins e eles começaram a me chamar de Shrek.
“Havia um cara que falava inglês, mas ele não morava conosco, mas voltou um dia e me viu lavando o rosto com uma barra de sabão. Então ele gritou ‘Oh, não, não! Esse sabão é o que os caras usam para lavar o ânus deles.”
As coisas melhoraram um pouco depois do acordo profissional, quando ele se mudou para um hotel para morar em chalés, embora também tivessem seis pessoas morando em cada um.
Em campo, a única ação competitiva de Burkett foi como substituto em uma partida da Copa, mas ele adorou cada segundo, especialmente jogando com o capitão Capone de Oliviera, vencedor da Copa da Uefa pelo Galatasaray.
Ele disse: “Toquei apenas pouco mais de dez minutos, mas foi incrível ter essa experiência.”
Por fim, após ser mal informado sobre um contrato de dois anos e nenhum time reserva para lhe dar tempo de jogo, Burkett retornou à Inglaterra no final daquele ano para começar a faculdade enquanto ainda jogava como semiprofissional.
Ele fez sucesso escrevendo um livro, uma paixão incutida nele por sua avó, que era autora, chamado O Menino no Brasil, sobre seu tempo lá.
E tendo também aproveitado uma temporada como profissional no Sri Lanka, ele acaba de lançar o primeiro livro da sua série Football GOATS.
Mesmo agora fazendo sucesso com uma caneta na mão, ele revelou que ficou mais do que um pouco invejoso ao saber da mudança de Lewis para São Paulo.
“Eu diria apenas a Jamal que será brilhante”, acrescentou Burkett.
“Abrace a cultura, a vida é tão diferente lá, mas é incrível e eu aprendi muito.
“E se você abraçar as pessoas, é um lugar tão brilhante para jogar futebol e será uma experiência fantástica. Tenho muita inveja dele.”
The Football GOAT: Messi v Ronaldo, a nova série de Matt Oldfield e Seth Burkett, já está disponível por £ 7,99.
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