Neste dia em 1969, a missão Apollo 11 da NASA pousou humanos na Lua pela primeira vez.
Enquanto a pegada da bota de Neil Armstrong, ainda guardada no regolito lunar, acumula poeira, os EUA, a China, a Rússia e seus parceiros estão correndo para voltar.
A tripulação da Apollo 11 – Armstrong, Michael Collins e Edwin “Buzz” Aldrin – em breve serão alguns dos poucos seres humanos a terem observado a Lua em toda a sua glória intocada.
O futuro da Lua nas próximas décadas, imaginado pelos EUA e pela China, é o de uma metrópole futurista e uma porta de entrada para planetas além.
Casas-caverna impressas em 3D
Para começar, os astronautas que exploram a Lua e ajudam a construir uma base habitacional permanente precisarão de um lugar para morar.
É por isso que a Nasa tem feito parceria com a empresa de impressão 3D Icon desde 2022, como parte de um contrato de US$ 57 milhões.
A impressora pode construir estruturas de domo semelhantes a cavernas em apenas 48 horas, o que também pode revolucionar a construção de casas na Terra.
Astro-fazendeiros
Mas precisaremos de mais do que apenas astroexploradores.
Os astro-fazendeiros serão a chave para um futuro de longo prazo fora do planeta.
Análises de amostras lunares trazidas à Terra no passado mostram que o solo da Lua — também conhecido como regolito — contém a maioria dos minerais essenciais para o crescimento das plantas.
Todos, exceto um.
O regolito não tem nitrogênio. O solo lunar também compacta quando regado, o que pode sufocar e prejudicar o crescimento das raízes e a germinação das plantas.
Mas cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) elaboraram planos para cultivar plantas fora do solo lunar, usando jardins verticais.
Isso é chamado de agricultura hidropônica e envolve plantas cultivadas diretamente em água rica em nutrientes, em vez de solo.
No entanto, pesquisadores conseguiram cultivar feijões em solo lunar, então usar regolito lunar não está completamente descartado.
Os alimentos cultivados na Lua podem ser ainda mais saudáveis.
Pesquisadores da Universidade da Flórida anunciaram em 2022 que o estresse do cultivo de plantas em solo estranho aumenta os níveis de compostos protetores, comumente encontrados em superalimentos como mirtilos e couve.
Como se locomover
A Nasa selecionou três empresas para desenvolver um novo carro de corrida lunar que os astronautas usarão para atravessar a Lua já na década de 2030.
Buggies lunares ajudarão os astronautas a alcançar destinos nunca antes explorados e considerados inacessíveis a pé.
O veículo lunar (LTV) será essencial para a NASA em termos de pesquisa científica e exploração do polo sul da Lua durante a missão Artemis V.
A Artemis V, atualmente programada para 2026, pretende pousar dois astronautas na Lua pela primeira vez em 55 anos.
Espera-se que até 2050 os sistemas de transporte ao redor da Lua sejam ainda mais avançados.
O Departamento de Defesa dos EUA propôs um sistema ferroviário lunar que poderia transportar humanos e suprimentos através do local de habitação – ou possivelmente através de várias bases.
Espera-se que a “ferrovia lunar” permita um desenvolvimento econômico sério e sustentado na Lua, enquanto as nações buscam uma abundância de minerais lunares intocados.
Reator nuclear
Agora, toda essa infraestrutura vai exigir muita energia, com uma rede elétrica totalmente nova.
A noite lunar congelante, com duração de duas semanas, apresenta problemas óbvios em relação à dependência de energia solar.
A Lua também não sofre com vento.
É por isso que a Nasa apresentou o Projeto de Energia de Superfície de Fissão, que visa colocar um reator nuclear na Lua.
É um dos maiores objetivos do próximo programa Artemis da NASA.
A energia de superfície de fissão poderia fornecer energia abundante e contínua na Lua, independentemente das condições ambientais.
Também poderia permitir a exploração de destinos espaciais mais profundos no futuro.
A Agência Espacial do Reino Unido apoiou o projeto da Rolls-Royce para uma usina nuclear futurista.
Mas esse não é um objetivo apenas do Ocidente.
A Rússia e a China também planejam colocar um reator nuclear na Lua na próxima década.
Yuri Borisov, chefe da agência espacial russa Roscosmos, anunciou em março que as duas nações esperam instalar uma unidade nuclear até 2035.
Construída por robôs, a usina fará parte do plano da China e da Rússia de construir a Estação Internacional de Pesquisa Lunar – uma ampla base espacial cuja construção deve começar em 2026.
Pegada de bota de Neil Armstrong
Apesar das preocupações de que a China esteja escondendo projetos militares secretos no espaço e possa até tentar reivindicar partes da Lua como suas, Pequim e os EUA concordaram em uma coisa.
A China está trabalhando com os EUA para preservar a pegada de Neil Armstrong na Lua, junto com outras “relíquias históricas” de pousos humanos anteriores, de acordo com o South China Morning Post.
Então o futuro pode reservar espaço para um museu lunar.
Fuso horário lunar
A Lua também receberá seu próprio fuso horário, à medida que os planos para desenvolver bases residenciais permanentes progridem rapidamente.
A Casa Branca teria orientado a NASA a criar um horário lunar padrão para todas as nações, seguindo uma proposta semelhante da ESA no ano passado.
Atualmente, nações que exploram o espaço usam seus próprios fusos horários ao realizar missões lunares.
Mas cientistas alertaram que isso não será sustentável em um futuro em que humanos estejam estabelecendo moradias permanentes — muito menos quando grandes planos para a rede ferroviária lunar forem desenvolvidos.
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Fonte – The Sun