A ilha grega de Gyaros, apelidada de “Ilha do Diabo”, ficou deserta no Mar Egeu por quase 50 anos.
O único sinal de civilização humana em suas costas rochosas é uma enorme prisão abandonada que costumava abrigar milhares de exilados.
A ilha, com cerca de 23 quilômetros quadrados, está sendo apontada como um potencial novo destino de férias, apesar de abrigar um passado sombrio.
Nos primeiros dias do Império Romano, era usado como um lugar para pessoas de alta patente enviadas ao exílio, quando desafiavam seus governantes.
Mais tarde, foi usada pela Junta Grega — um regime militar de direita — entre 1967 e 1974 para punir rebeldes políticos.
O Greek Reporter descreve-o como um lugar de “exílio e tortura”, com alguns registros de que ele era usado para aprisionar pessoas já em 10 d.C.
Os enviados para lá foram torturados e obrigados a fazer trabalhos forçados, com alguns se referindo a Gyaros como a “ilha do diabo”.
O governo o utilizou para fins de tiro com a Marinha Helênica até 2000, mas agora ele está fora do alcance do público e praticamente intocado.
Visitantes são proibidos, a menos que façam parte de uma excursão autorizada, e a ilha abriga a maior população de focas-monge do Mediterrâneo.
A assustadora prisão de tijolos vermelhos, construída no alto dos penhascos da ilha, manteve cerca de 10.000 homens sob custódia entre os anos de 1948 e 1953.
Ao norte da prisão estão as ruínas de diferentes campos onde as pessoas tinham que dormir o ano todo na ilha.
Uma vez por ano, aqueles que costumavam ser presos em Gyaros vêm prestar homenagem aos exilados ali por suas opiniões políticas.
Imagens filmadas lá mostram as relíquias de pedra deixadas pelas pessoas que costumavam habitá-lo.
Alguns estão em um cemitério com lápides e marcações antigas de túmulos em pedra.
As águas ao redor da ilha, não muito longe de Mykonos, no norte das Cíclades, são de um azul cristalino.
As autoridades gregas estão pensando em transformá-lo em um destino turístico, um projeto gigantesco que envolve eletricidade, água, arquitetura e todas as outras infraestruturas essenciais.
O Fundo Mundial para a Natureza lançou uma campanha há cerca de 10 anos para impedir a pesca de arrasto e os danos ambientais irreversíveis à ilha, lar de muitas espécies de peixes.
Eles disseram: “Gyaros é um lugar único, uma ilha onde a natureza encontra a história.
“Queríamos que esta ilha, que era um lugar de exílio e morte, se tornasse uma ilha de vida e esperança.”
Alguns gregos relutam em vê-la transformada em um local de férias, dada a história sensível da ilha.
O senador romano Silano, que governou em 10 d.C., foi acusado de traição e seria preso atrás das grades na prisão de Gyaros.
Mas como a ilha era considerada “dura e desprovida de cultura humana”, ele foi enviado para a ilha vizinha de Kythnos.
Um poeta romano certa vez o descreveu como um lugar de exílio para “criminosos particularmente vis” e um lugar de “prisão claustrofóbica”.
Muitos foram mantidos lá pela Junta por causa de seu papel na resistência política.
As Testemunhas de Jeová também foram enviadas para lá por causa de suas objeções à guerra.
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Fonte – The Sun