Da página para a tela: adaptações de livros para filmes

Transformar um livro em um filme com sucesso é um processo que requer muita reflexão. A história deve ser fiel ao original, mas ainda precisa funcionar para o filme; é um equilíbrio. Aqui, daremos uma olhada em como você vai do livro para a tela: adaptações bem-sucedidas e as não tão bem-sucedidas.

Como os livros se tornam filmes

Dois jovens rapazes empunhando uma pistola que encontraram no filme Conta Comigo de 1986Dois jovens rapazes empunhando uma pistola que encontraram no filme Conta Comigo de 1986Dois jovens rapazes empunhando uma pistola que encontraram no filme Conta Comigo de 1986
Fique Comigo © 1986 – Columbia Pictures

1. Opção de direitos

A primeira coisa ao pensar em adaptar um livro para um filme é garantir os direitos. Isso significa que um produtor ou estúdio compra o que é chamado de “opção” do autor (ou editor) que lhes daria os direitos exclusivos para transformar o livro em um filme por um certo período de tempo (cerca de 12 a 18 meses com uma opção de extensão). O quanto isso varia, mas para autores que ainda não são tão conhecidos, geralmente fica entre algumas centenas e alguns milhares de libras. Para best-sellers, pode ficar na casa das dezenas de milhares.

Você sabia que o autor Stephen King realmente tinha um acordo de opção chamado Bebê Dólar para dar aos estudantes e cineastas amadores a oportunidade de adaptar um de seus contos, por apenas US$ 1!

A opção não significa necessariamente que o livro virará filme, apenas que será oferecido às emissoras para ver se há algum interesse.

2. Compra dos direitos

Se houver interesse na fase de opção e eles receberem sinal verde, haverá um acordo desenvolvido que inclui um preço para comprar todos os direitos do livro – incluindo o mundial. O autor normalmente mantém seus direitos básicos, como ainda poder publicar o livro. O custo de comprar os direitos é geralmente uma porcentagem (baixa) do orçamento estimado de produção e pode até ser um pagamento em uma faixa da menor expectativa até a maior.

Se o livro for o primeiro de uma sequência (ou uma sequência planejada), é sensato cobrir essas bases ao mesmo tempo para garantir os direitos de adaptação caso o primeiro filme seja um sucesso.

3. Desenvolvendo um roteiro

Uma vez que os direitos são garantidos, um roteirista é contratado para adaptar o livro para um roteiro. Este é o ponto onde muitas mudanças acontecerão, como ajustar personagens e o enredo para se encaixar com o tempo de execução de um filme. Roteiro é um trabalho em si, então geralmente não é o autor que adapta seu livro para o filme — mas ocasionalmente pode ser!

4. Garantir financiamento

Os produtores precisam garantir financiamento e, muitas vezes, isso ocorre por meio de uma combinação de apoio do estúdio, investidores privados e, às vezes, até mesmo financiamento coletivo.

5. Produção, pós-produção, marketing e distribuição

Uma vez que o financiamento esteja em andamento, a mágica pode começar! O elenco e a equipe são contratados, o filme é filmado e editado e, finalmente, é lançado!

Desafios na adaptação de livros para filmes

Photo by <img decoding=Uma breve história das adaptações de livros para filmes

Os livros foram transformados em filmes por mais de 100 anos, com algumas das primeiras adaptações datando da era do cinema mudo, com clássicos como Dr. Jekyll e Sr. Hyde (1920) e O Corcunda de Notre Dame (1923).

Na Era de Ouro de Hollywood, durante os anos 30 e 40, os estúdios começaram a ver o apelo de adaptar romances e peças populares, e então vimos adaptações para o cinema como E o Vento Levou e O Mágico de Ozambos de 1939.

Em meados do século XX, as adaptações começaram a se tornar um pouco mais diversas, com ficção literária como O Sol é para Todos (1962), e o clássico de ficção científica 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968).

Claro, tudo isso é muito centrado em Hollywood/oeste, mas o cinema internacional também contribuiu significativamente para as adaptações de livros para o cinema, com grandes sucessos como O Tigre e o Dragão Oculto (2000) e Labirinto do Fauno (2006), ambos com temas culturais únicos.

Adaptações icônicas de livros para filmes

1. A Trilogia do Senhor dos Anéis (2001–2003)


A abordagem cinematográfica de Jackson sobre uma das trilogias de fantasia mais queridas de todos os tempos certamente valeu a pena. São filmes longos com grandes orçamentos, mas ainda assim foi uma grande tarefa cortar o trabalho de Tolkien de uma forma que não mudasse fundamentalmente os personagens ou o enredo. Os filmes receberam muitos elogios da crítica e foram um sucesso de bilheteria, arrecadando quase US$ 3 bilhões em todo o mundo. Jackson é bem conhecido pelos detalhes e você pode ver isso na combinação de paisagens deslumbrantes da Nova Zelândia e efeitos especiais realistas.

2. O Poderoso Chefão (1972)


A adaptação de Coppola do romance de Puzo focou no enredo central de família e lutas de poder. Embora precisasse de simplificação para se adequar às necessidades cinematográficas, foi fiel ao material de origem, e Puzo e Coppola colaboraram de perto no roteiro. O elenco de Marlon Brando e Al Pacino foi perfeito, com Brando ganhando um Oscar de Melhor Ator por sua interpretação de Vito Corleone. Citações e músicas do filme se tornaram marcos culturais por direito próprio, e O Poderoso Chefão continuou a ter gritos e a inspirar outros cineastas do gênero.

3. Parque dos Dinossauros (1993)


Os visuais em Jurassic Park eram de vanguarda e Luz e Magia Industrial seria seja o primeiro a criar ‘criaturas’ geradas por computador (dinossauros), embora apenas 6 minutos delas tenham entrado no filme, combinadas com os bonecos físicos mais tradicionais. Foi ‘uma ponte única entre a arte analógica e a nova fronteira digital.’ O filme também conseguiu manter os temas do livro intactos: a imprevisibilidade da natureza e a arrogância científica.

4. Tubarão (1975)


Jaws estabeleceu um novo padrão para narrativas de suspense, ambientado em uma cidade litorânea aterrorizada por um grande tubarão branco. A adaptação cinematográfica se tornou um fenômeno cultural, com foco no desenvolvimento dos personagens e na dinâmica entre os personagens principais do Chefe Brody, Quint e Hooper. Isso lhe deu mais profundidade do que apenas um “filme de monstro”, e a fantástica trilha sonora de John Williams com seu icônico motivo de duas notas para sinalizar a chegada do tubarão sem precisar vê-lo na tela, é lendária!

5. Um Estranho no Ninho (1975)


Um Estranho no Ninho se passa em um hospital psiquiátrico, foca nos pacientes e tem uma narrativa provocativa que enfatiza a individualidade e desafia a autoridade. Há algumas performances excelentes de Jack Nicholson e Louise Fletcher na adaptação cinematográfica, e Forman consegue capturar tanto o humor quanto a desumanização que percorrem o livro.

6. Fique Comigo


Fique do meu lado na verdade era uma novela em vez de um romance completo, mas cheio de caráter e coração, e a adaptação cinematográfica realmente faz justiça. Ambos mantêm a exploração da amizade, perda da inocência e amadurecimento. O cenário do filme de uma pequena cidade na década de 1950 parecia muito autêntico e a trilha sonora — incluindo “Stand by Me” de Ben E. King — foi um grande sucesso. A dinâmica entre os atores que interpretavam realmente ressoou com o público e cada um tinha a profundidade e vulnerabilidade que eles tinham como escrito por King no livro.

7. A Cor Púrpura (1985)


A Cor Púrpura ganhou o Prêmio Pulitzer, então houve muita pressão sobre Spielberg para fazer justiça à história. O filme consegue lidar com sensibilidade com as injustiças sistêmicas do racismo e do sexismo, sem diluí-las. A rica cinematografia retrata o cenário rural do Sul de forma bela e autêntica, e ajuda a enfatizar os temas de esperança e triunfo. Vale a pena notar que Spielberg fez algumas mudanças ideológicas significativas no filme para popularizá-lo, incluindo minimizar o relacionamento lésbico no centro da história.

Adaptações que não atingiram o alvo

1. A Bússola de Ouro (2007)


O romance ficou conhecido como As Luzes do Norte no Reino Unido, mas seja qual for o título, este filme simplesmente não conseguiu transmitir a profundidade e a complexidade em torno das quais Pullman construiu seu mundo de fantasia His Dark Materials trilogia. As críticas ao filme incluíram que a narrativa parecia apressada, não havia desenvolvimento suficiente dos personagens e que o enredo havia sido bastante diluído.

2. O Grande Gatsby (2013)


O Grande Gatsby recebeu críticas mistas. Muitos sentiram que o estilo extravagante de Luhrmann tirou o tom mais introspectivo do romance. Também houve críticas sobre as mudanças na estrutura narrativa e nas motivações dos personagens.

3. O Guia do Mochileiro das Galáxias (2005)


A maioria dos problemas com essa adaptação de livro parece ser que ela perdeu muito do capricho, humor e reflexões filosóficas na tradução, e se tornou um pouco sem graça. Os fãs reclamaram que os personagens foram simplificados demais e que o filme inteiro parecia um pouco desconexo.

Conclusão: Adaptações de livros para filmes

Levar um livro para a tela grande é algo complicado e demorado, mas pode ser muito gratificante! Muitas adaptações de livros para filmes deram vida a algumas histórias queridas e conseguiram atingir públicos totalmente novos; muitas se tornaram clássicos por si só. A chave para uma adaptação “bem-sucedida” parece ser ser fiel ao material de origem e, ao mesmo tempo, garantir que a história funcione cinematograficamente, e isso requer um editor cuidadoso e um roteirista habilidoso!

Adaptações que fracassaram mostram que, mesmo para a tela grande, precisamos que coisas como ritmo e desenvolvimento de personagens sejam bem pensadas, e às vezes isso significa fazer concessões ao que está no romance — os melhores roteiristas e diretores dominam esse equilíbrio com maestria.

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Sobre esta página

Esta página foi escrita por Marie Gardiner. Marie é escritora, autora e fotógrafa. Foi editada por Ian Yates.

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