No domingo, o Partido Social Democrata (SPD) de Olaf Scholz comemorou uma vitória nas eleições locais no estado de Brandemburgo, no leste da Alemanha.
No entanto, nem a vitória do partido nem a calma temporária trouxeram qualquer alívio claro para o chanceler.
Embora a região tenha conseguido impedir a vitória do partido de extrema direita pró-Rússia Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido de Scholz provavelmente terá que cooperar com outro grupo pró-Rússia – a Aliança de Sahra Wagenknecht (BSW) de esquerda.
Após as eleições de setembro em três estados do leste, a Alemanha está efetivamente iniciando sua campanha eleitoral de 2025. A coalizão governante em Berlim está entrando nesta campanha em um estado de quase morte, enquanto os radicais de esquerda e direita pró-Rússia fortaleceram suas posições.
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Leia mais sobre a situação política na Alemanha e como isso pode impactar a ajuda à Ucrânia se o artigo de Khrystyna Bondarieva, uma jornalista europeia do Pravda – Brandemburgo muda a Alemanha: como o partido de Scholz chegou a uma aliança com “amigos de Putin”.
Brandemburgo é uma região importante para os Social-Democratas, o partido do chanceler. É o único estado no leste onde eles têm mantido o poder continuamente desde 1990. Além disso, Olaf Scholz mora com sua esposa em Potsdam, perto de Berlim.
Todo Brandemburgo estava coberto de cartazes de Dietmar Woidke, que foi líder do estado por 11 anos, incluindo slogans engraçados como “Se for careca, então Woidke”.
Woidke tentou se distanciar o máximo possível do impopular chanceler, acreditando que as decisões da coalizão governante e a imagem de Scholz estavam arrastando o partido para baixo. E parece que ele estava certo.
Outro fator-chave para a vitória do SPD foi o medo dos eleitores locais de deixar a extrema direita chegar ao poder.
Agora os sociais-democratas enfrentam uma fase difícil e até desagradável de formação de uma coalizão.
Os resultados das eleições limitaram significativamente as opções para as alianças dos sociais-democratas.
Uma aliança com a AfD é completamente rejeitada por Woidke. Enquanto isso, a extrema direita não estará apenas na oposição. Eles garantiram o que é conhecido como uma minoria de bloqueio de mandatos, o que significa que eles pode bloquear decisões importantescomo emendar a constituição estadual ou nomear juízes do tribunal constitucional.
Uma coalizão apenas entre o SPD e a União Democrata Cristã (CDU) é impossível porque os dois partidos estão a apenas uma cadeira da maioria.
O cenário mais provável, e isto é uma má notícia, é que o SPD de Brandemburgo inicie negociações com os esquerdistas pró-Rússia de Sahra Wagenknecht, que se opõem à ajuda militar à Ucrânia e apelam a “paz” com a Rússia nos termos de Putin.
O secretário do partido de Scholz em Berlim, Kevin Kühnert, disse que sabe muito pouco sobre a estratégia política regional do BSW, mas que, se as negociações começarem, ele espera que isso abra uma “caixa de Pandora”.
Mas o SPD fará concessões em política externa aos “amigos de Putin”?
Woidke deu a entender que as decisões relativas à política externa devem permanecer fora das negociações da coalizão.
A vitória de Brandemburgo não trouxe muito alívio para Scholz.
Pelo contrário, mostrou que os social-democratas podem ganhar apoio rapidamente se se distanciarem do chanceler. Então, tempos turbulentos quase certamente estão por vir para o chefe do governo.
Scholz não poderá ignorar a crescente simpatia dos eleitores pelo AfD e pelo BSW, que já ganharam um papel maior em três estados do leste e estão almejando o mesmo em nível federal. O chanceler introduziu controles de fronteira em resposta às preocupações dos eleitores sobre migração, uma questão importante para ambos os partidos radicais.
Problemas recentes com o financiamento da ajuda ucraniana durante as discussões orçamentárias sugerem que uma mudança no apoio à Ucrânia não está fora de questão.
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